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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Cadê o juízo do menino?



Cadê o juízo do menino? é o primeiro livro de Tino Freitas, do blog Roedores de Livros. Com ilustrações de Mariana Massarani, foi lançado no 11º Salão FNLIJ.

Para homenageá-lo fiz alguns versinhos!


Eu já sabia que ia rir um bocado
com a história deste menino desparafusado.
Só não contava com a novidade
desta dupla tão esperta,
pois fiquei baratinada
a procurar em cada página
todas aquelas peças.

Se você quer saber quais são

e ler os versos tão ritmados
que mais parecem uma canção,
corra para a primeira livraria
antes que perca a razão.

Levei logo um para a escola

pois não faltam em todas elas,
crianças distraídas e sem juízo como aquela.


Destaco já uma página,

especial para todas as professoras
que se sentem destemperadas
com crianças destrambelhadas.

Na biblioteca da Flipinha,

Tino fazia mediação
divertindo a criançada
com suas rimas bem animadas.

Saí de lá encantada

tal qual menina aloprada
afinal lendo tanta história boa
quem não fica  desparafusada?

Para terminar, minha gente

que se diz ajuizada,
faça como eu, Tino, Mariana e Ana Paula:
Abrace a idéia dos Roedores de Livros!
Leia, sonhe, dê boas risadas.
As crianças agradecem
e não custa nada!


Que tal escolher um livro e escrever sobre ele em verso ou prosa?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Orelhas de Mariposa



Mara tem orelhas de abano e é vítima de chacota das outras crianças. No entanto, tem uma mãe incrível. Ela lhe diz que tem orelhas de borboleta, "...orelhas que giram no ar e colorem as coisas feias."

A partir daí, a personagem tem sempre uma resposta interessante na ponta da língua.

"- Mara só lê livros usados!

- Não!

- É que mais de mil mãos já os acariciaram."

Luisa Aguilar escreveu e André Neves ilustrou com olho de criança curiosa e sensibilidade de artista de primeira grandeza. Do original "Orejas de Mariposa" (Kalandraka), o livro já foi traduzido em oito línguas e aqui no Brasil foi editado pela Callis.

Como para cada história lida é bom que se crie outra, conte a sua história ou invente uma resposta tão inteligente quanto a de Mara.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Elias José



 Imagem: Roedores de Livros
A poesia pede passagem"

E os anjos do céu brincam

embalados pela "ciranda brasileira"

na companhia de Elias José.

Certamente, o Criador reservou uma morada para quem acreditava que "a escola virou morada do inventor!"

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Com a palavra, Ricardo Azevedo



Nunca imaginei que aquele autor cujas histórias eu contava e recontava poderia responder ao meu e-mail e, ainda mais, me enviar um de seus inúmeros livros. Quanta gentileza e humildade, atitudes raras nos dias de hoje!

Os contos, adivinhas, quadrinhas eram recontados e ilustrados com graça e sensibilidade pelo mestre Ricardo Azevedo em seus livros Meu Livro de Folclore e Armazém do Folclore, Ed. Ática.

 Contos de tradição oral sempre me atraíram. As compras na Bienal e Salão do Livro eram esperadas com ansiedade. Mostrava, orgulhosa, os títulos adquiridos e ouvia: "Mais folclore, menina?" Os livros já não cabiam na caixa "Histórias de Trancoso". Fazer o quê se está no sangue a vontade de ouvir, ler e contar histórias? Coisas do meu avô João, um mulato sergipano, nascido antes da libertação oficial, fazendeiro, salineiro, canoeiro, festeiro, contador de histórias e leitor. Deslumbrada, pedia sempre para mamãe repetir um conto de enganar a morte que está no livro do Ricardo com o mesmo título; claro que  muito mais bem contado por quem respira poesia ao reescrever antigas histórias.

Pois é, venci a timidez e escrevi contando sobre os meus subprojetos, fios da grande Teia de Histórias pela conquista de leitores e contadores: um de resgate da tão desvalorizada literatura oral e outro que procura aproximar o leitor de escritores e ilustradores através da leitura das obras e biografia. Falei também dos ouvidos atentos, dos olhares embevecidos, das palmas e do "conta mais uma!" Só não pude ainda mostrar as xilogravuras improvisadas com material de sucata.

Deleitem-se com Contos de bichos do mato. O livro tem 24 narrativas contadas e recontadas pelo povo "acostumado a lutar contra todas as adversidades usando ardis, malandragens e espertezas para sobreviver. Para entendê-las, é necessário lembrar que não é possível exigir que a moral de uma sociedade justa e equilibrada seja a mesma de uma sociedade desigual onde cada um luta por si para vencer a fome, a tirania, a crueldade".




Seria interessante que lessem também No meio de uma noite escura tem um pé de maravilha!:contos folclóricos de amor e aventura  (Ática), e ainda Contos de espanto e alumbramento (Scipione), todos com ilustrações do autor.







Conheçam o saboroso site do Ricardo Azevedo. É para ser apreciado sem pressa. Degustem entrevistas e matérias publicadas, trechos de livros, sinopses, artigos, ilustrações e muito mais. Sinta o cheiro de maçã! Imagine. Crie. Conte muitas histórias.Alumbre-se!

Recomendo para mediadores e professores a leitura dos seguintes artigos:

Conto popular, literatura e formação de leitores;

Formação de leitores, cultura popular e contexto brasileiro;

Literatura infantil: origens, visões da infância e certos traços populares;

Elos entre a cultura popular e a literatura.

Ah, não poderia deixar de lembrar que a sabedoria do povo está presente também nas quadrinhas poéticas. Fiquem com esta:
Não é por andar com livros

que a gente vira doutor

as traças vivem com eles

não sabem lê não senhor.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

No Balanço das Histórias



Continuo assim cheia de histórias e imagens na cabeça como nessa imagem da 51ª Feira do Livro de Porto Alegre.

O projeto Teia de Histórias já está em sua 3ª edição. No ano passado revisitamos alguns Clássicos Universais em versões recontadas para o público infanto-juvenil.

Agora estamos buscando nossas origens e conhecendo histórias de outras terras via tradição oral.

No Balanço das Histórias procura reviver e valorizar aquelas histórias que nossos antepassados contavam no balanço das redes e cadeiras de balanço.

Outro fio da teia é aquele que também procura aproximar escritores e ilustradores dos leitores para que nosso aluno compreenda que sonhar e escrever é possível e que para isso é necessário ler. O projeto Com a palavra... começou com Ziraldo,passou por Mariana Massarani e continua com Ricardo Azevedo, Daniel Munduruku, Rogério de Andrade Barbosa e Roger Mello.