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domingo, 31 de julho de 2005

Esopo, o advogado de defesa



As fábulas foram difundidas na Grécia no século VI a.C. por um escravo chamado Esopo. Nesta época, um povo queria dominar o outro. Diferente de hoje? Só que depois da guerra, o perdedor tornava-se escravo ou era obrigado a pagar impostos ao vencedor. Continuamos escravos? Pagamos tantos impostos para quê?Com sua sabedoria, Esopo conquistou aliberdade, pois livrava seus senhores de embaraços com suas histórias. Conta-se que para defender um político corrupto relatou:



A Raposa e o Ouriço

A raposa estava tomada por pulgas e o ouriço propôs-se tratá-la. Com receio de se machucar ainda mais, ela argumenta: "Senhor Ouriço, deixe estar, se me tira estas pulgas já gordinhas, que nem me chupar podem mais, logo outras sedentas por sangue ocuparão seu lugar".

E disse aos juízes que se condenassem à morte o réu já enriquecido, outros não tão ricos, mas ávidos por roubar, viriam ocupar sua cadeira!

Por ironia do destino, morreu vítima de suas sátiras.

Mas fica para o próximo post.

Imagem: Esopo de Diego Velasquez

segunda-feira, 11 de julho de 2005

Blog agora é aqui!





O fanfarrão

Um atleta de pentatlo, acusado a toda hora pelos cidadãos de falta de vigor, um dia viajou e, ao voltar, depois de algum tempo, vangloriou-se de ter realizado muitasproezas em outras regiões, dizendo que em
Rodes havia dado um salto como ninguém ainda conseguira nos Jogos Olímpicos. Acrescentou que tinha por testemunhas todos os que ali haviam estado e que, por acaso, um dia fossem à sua terra. Um dos presentes, tendo tomado a palavra, disse-lhe: "Mas, meu amigo, se isso é verdade, não precisas de testemunhas,
pois Rodes agora é aqui: salta!".


A fábula mostra que, quando é possível provar algo pelos feitos, toda palavra sobre ele é supérflua.

Esopo: Fábulas Completas.São Paulo: Moderna,l994.

Pois é, já saltei, embora mais pareça um pulinho! Não quero ser pretensiosa, mas está aí o primeiro texto, uma fábula, para ser lido e comentado.

domingo, 10 de julho de 2005

O poder da palavra



Aposto na Educação como o caminho que leva à justiça social. Não vejo outra saída que não seja através da formação de leitores competentes, críticos e sensíveis. A leitura precisa encantar, seduzir, transcender. A palavra é poderosa, pode destruir, mas também pode salvar. É possível sentir a dor e o amor do outro,
viver outras vidas, conhecer outras pessoase mundos em cada livro que se abre. A literatura humaniza, liberta, transforma a realidade. Estamos diante de um mundo fragmentado, destituído de valores essenciais
à dignidade humana. Precisamos encontrar caminhos que preservem nossa identidade cultural e garantam a formação de cidadãos conscientes de seu papel na sociedade. Ler é o caminho porque nos descobrimos e nos conhecemos através da compreensão do outro. É necessário ouvir e ler as histórias que o outro tem para contar.
Sou uma leitora apaixonada e tenho me debruçado naqueles livros que venceram o tempo e continuam a interessar os leitores:os contos de fadas,as fábulas, os clássicos da literatura universal. Tais narrativas se
fundamentam em "lições de vida" dadas pela sabedoria popular. São verdades humanas e não envelhecem. As grandezas e as misérias do ser humano estão ali transformadas em narrativas que seduzem e convencem porque o comportamento humano, na sua essência, não se modifica. Amor, ódio, medo, desejos,
ideais, inveja, ganância, poder, opressão, esperteza, ciúme, solidariedade, são atitudes que marcam o homem. Por isso, essas histórias não só sobrevivem, mas se renovam.
Ao propor, neste blog, divulgar textos de professores e alunos, não pretendo discutir as propostas pedagógicas daqueles que foram formados para atender ao sistema e que na maioria das vezes não gostam de ler, mas compartilhar minhas leituras, ideias e experiências; mostrar para o mundo que nossos
alunos e professores, embora muito discriminados, têm a capacidade de transformar o caos em esperança.